Portugal 2020

Empresas lusas negoceiam contratos na ‘nova’ Cuba

Com o fim anunciado do embargo, 20 empresas vão esta semana a Cuba procurar oportunidades. De hoje a 7 de Novembro, decorre em Havana, a FIHAV, considerada a maior feira multissectorial das Caraíbas em termos empresariais, numa altura em que se perspectiva o fim total do embargo dos EUA à ilha de Fidel Castro. Cerca de 20 empresas portuguesas vão estar presentes, aproveitando o novo paradigma económico e empresarial para fazer contactos e contratos para exportar e investir. Américo Ferreira de Castro, presidente da Câmara de Comércio Portugal-Cuba, explica ao Económico as potencialidades e o ‘timing’ para apostar em Cuba. Por que é que Cuba apresenta neste momento oportunidades para as empresas portuguesas? Porque está a ser implantado um novo modelo económico em Cuba. Porque há uma identificação de Cuba das áreas em que quer ter investimento estrangeiro, com a publicação e actualização anual de um caderno de oportunidades. Por causa da lei 118 [lei do investimento estrangeiro em Cuba], com possibilidade para a constituição de empresas com capital totalmente estrangeiro. E porque foi criada a zona económica especial de Mariel, a cerca de 45 quilómetros de Havana, uma região com cerca de 465 quilómetros quadrados de área, com um porto de águas profundas com capacidade para um milhão de TEU [medida-padrão equivalente a um contentor com 20 pés de comprimento], muito focado nos serviços e indústrias verdes e com benefícios fiscais superiores ao resto de Cuba. Quais os sectores em que as empresas devem apostar? Os sectores que poderão proporcionar diversas oportunidades de negócios em Cuba para as empresas portuguesas são papel, imobiliário – não apenas para turismo, mas em toda a fileira do sector, porque agora já é possível comprar diversos apartamentos –, ‘catering’, cordoaria e ensacagem, moldes plásticos, turismo, café, informática, restauração, equipamentos hospitalares, informações [sobre empresas], fabrico de componentes automóveis, câmbios e ferrovia [Cuba tem uma rede ferroviária pouco desenvolvida]. Também nos transportes turísticos há interesse e trabalho desenvolvido por empresas portuguesas em Cuba. Quantas empresas portuguesas estarão representadas na FIHAV? Neste momento, já posso confirmar a Cofaco [conservas de peixe]; Doc World [equipamentos médicos]; Empromoldes e Resom [moldes plásticos]; Geostar [agência de viagens] e EuroAtlantic [companhia aérea do grupo Pestana]. Mas estarão presentes muitas mais que não posso revelar. São empresas privadas e públicas. Prevê que sejam assinados contratos nos próximos dias para investir ou exportar para Cuba? Neste momento há algumas dezenas de empresas portuguesas a trabalhar em Cuba e a desenvolver contactos para estabelecer contratos de exportação ou de investimento em Cuba.